Tuesday, January 30, 2007

E ele ia seguindo algo com o olhar. Talvez uma fileira com interessantes formigas. Formigas desordenadas. Formigas que estão levando algum vestígio por ele deixado, e que também ali estão deixando seu vestígio.
Estão indo para longe, ficando cada vez menores...sumiram, e ele se perdeu na mistura de vestígios, e continuou a procurar...
Meu tempo ficou perdido num vão, e nem pude me despedir. O outro, seguinte, agarrei e me deleitei, até que fiquei sem ar, quase esgotando o ar presente. Inflei, flutuei. Estouraram meu balão...
Caí da cama, bati a cabeça, e percebi a realidade total, palpável....ao menos tangível.

O relógio despertou, e o tempo anterior, não pôde ser mascarado, e a realidade não pôde ser desmascarada.

Afirmo você em mim, Assim.

Besteira aceita em dias ruins.

Suponho um fim.

Mas retornas, e como felicidade, derrama em mim

uma serena necessidade de continuar Assim.

Sem medo. Euforia?

Só com o vislumbre do turbilhão perfeito que é a vida.

Alegria abatida, felicidade em essência mantida.

Assim, você em mim.

Claro cicio, conversas a fio...

Sutil compreensão do que sim e não...Do além vão.

Ultrapassa, transpassa a explicação.

Você em mim, sem fim.

Suponho assim.

Wednesday, January 24, 2007

Oi. Pobre começo.
Sucessivos ois e olás fezem de mim boba, burra, inevitavelmente.
Culpada e preguiçosa. Prefiro que ignorem a presença.
Desde sempre cansada da Distração Confusão.
Não sou pária. Fico exposta susceptível à.,
Mescla de vigor autoritário e oclusa desventura... Dia y.
Dias mil sendo bem, estando alerta.
Sentindo perto, sorrindo intenso, Dentro. Fora e grande, coisifico.

Friday, January 19, 2007

"Bomba explode bombásticamente em minhas mãos
Como bombom pois sou Piu Piu e Frajola
Reconstituo-me bombeando-me
Inflando a imaginação"

Jesus!

Fazer feliz um algo qualquer
Não deixe meter a colher
Pode azedar, pode desandar!

Fazer prosperar, dentro e fora do lar
Não é preciso calcular a grandeza
Esse amor não é pra explicar
É para doar, se doar.

Fazer-se feliz, escolha que fiz. Será?
Escolhida fui, chamada ao Lar.
Simples grandeza de quem mantêm em trevas a chama acesa,
e a certeza de que a Luz vai se espalhar.

Fazer feliz, escolha que fiz.

Hoje, uma senhora, não sei em que estado psicológico ou psíquico estava, me insultou. E fico... impressionada? Em pensar que um olhar, um gesto ou palavra rude de terceiros pode mexer comigo. Seu olhar assustado, atordoado, desequilibrou todo o meu organismo, me provocou, invadiu, se deu o direito de me atingir.

Agora não tem mais volta. Até que toda essa carga energética, irritantemente transbordante em mim, destrutiva, seja expurgada, lançada ao mundo da forma que meu corpo necessita.

Tentarei ser clara na exteriorização do sentimento bruto. Mesmo que feio e confuso será extraído e lapidado pelo pensamento.

Eu tenho por que.

Eu tenho um por quê?

Um grande incômodo pulsa entre cada partícula, cada frestícula, película do meu corpo tenso.

Como se alguma substância estivesse excessivamente cansada de estar dentro do meu universo, meu compactado, mas não resumido, universo. Sempre em expansão e cheio de buracos negros.

Putz, que responsabilidade, escolher ter a consciência de que sou o próprio universo, Deus... assim como uma gota d’água retirada do oceano continua sendo o oceano e sabe, eu também sei. Mas só quando quero, porque tenho que escolher uma verdade e estabelecer relações, loucas adequações ao conjunto racional.

Escrevo como se estivesse gritando, falo como se estivesse gritando. Não posso fazer sangrar o papel, nem sobrepujar o ar e açoitá-lo a qualquer momento. Um milésimo da violência expressa, da verdade exprimida, mas toda ela fica no ar, no papel, embaraçosamente codificada.

O que escolho num instante, não pode ser retomado, por que as substâncias anteriormente presentes morreram, evaporaram, ou foram felizmente transmitidas por outras formas superiores à da palavra, para o universo.

Lá se vão as substâncias, morrendo para renascerem??

Sensação de perda, de inutilidade... Quando não escolho nada, significa que acabei de escolher alguma coisa, e este momento nada, é o momento dissipação. E é aí que incômodo é despertado, de acordo com o que está sendo dissipado.

Quais substâncias são liberadas na sensação da dúvida? Pois sei que é ela a mais incômoda. A dúvida, praticamente uma extensão de mim, logo do universo? Ela deve transcender o macrocosmo... significá-lo. Ela admite infinitos significados e opções. E no meu micro universo ela bagunça tudo.

Que incrível como todas as coisas despertam outras!

Quando deixamos nosso estado de espírito ser afetado pelas coisas e pessoas, logo depois pensamos: eu poderia ter descartado, evitado isso. Será?

É tão interessante , o fato da confusão e desordem gerar algo belo....por quê?

Duvidas... perguntas quase sempre sem resposta, ou respostas exatas demais para serem agradáveis , discrepantes com a inexatidão sentida e percebida sobre mim e o todo. E então, sinto raiva.

Eu tenho raiva por que não posso ter o controle, mas se o tivesse, também não saberia o que fazer, ou saberia?

E eu tenho mais raiva porque parece que tem algo no controle, e essa raiva é resultante da vontade de descobrir o que há por trás do visível, e explorar muitíssimo o palpável. Eu tenho raiva, inquietação, porque parece que estou sozinha, na procura pelo que não tem fim... por que todos comem, escutam, acham bom, e nada mais...

Tenho raiva pela receptividade e conveniência de alguns que supõe que eu seja, de maneira, compatível com o estabelecido padrão de personalidade, ou até diferença.

Tenho raiva dos que acham que já sabem o bastante, e que precisam que algo berrante, grandioso, os chame a atenção. Tenho muitíssima raiva, porque acabo por cooperar com tudo isso.

É interessante também, como toda essa irritação e angústia, às vezes se converte em aparente alegria, euforia. E todos pensam que sou a mais feliz do mundo. Não sou, mas parece mesmo que eles não querem que eu seja, têm inveja da felicidade expressa pelo meu corpo, da não felicidade expressa por ele, e tudo o que conseguem expressar, são piadinhas ensebadinhas, cujo objetivo principal é me deixar sem jeito, desconfortável com o mundo, o ambiente.

E é aí que a raiva, o mau humor, crescem, internamente, e vão acumulando... só esperando o que mais facilmente se possa atingir.

Não tenho certeza quanto a nada do que disse. Tenho raiva, porque a dúvida pode tudo, porque eu estou incluída nela. Tenho raiva, porque ela tem a perfeição da continuidade, e não tem compromisso com a conclusão. Tem um fim, mas não conclusão. Admite sempre modificações...

Tenho que preservar o que foi escrito.... por que nada vai se igualar a isso... tudo é muito parecido mas nada é igual........e por aí vai....

Estou seguindo o fluxo, sou o fluxo. Selvagem. Calmarias e tempestades me regem, mas tenho que aproveitar o poder ser tempestuosa na calmaria, poder ser um furacão em tempos de brisa...

Quero o poder, o poder escolher, explorar todas as ramificações, bifurcações do caminho. Quero poder não escolher nada. Quero o poder simples, com p minúsculo, extenso, contínuo. Não quero o outro, grandioso, vaidoso e desmemoriado, limitado pela grandeza de sua significação lógica.

Parece que tudo de mais exato e inteligível que é dito por mim é por puro acaso, tenho essa sensação, mas sei que não é assim, é algo mais, tudo tem um algo a mais, e agora o mais adequado são reticências...

Obrigatoriedade.

Palavra que apesar de extensa, é leve, quando tratada de maneira simples.

Coisas naturais não são obrigatórias mas se disfarçam.

As circunstancias sempre dizem o que devemos fazer. Mas sempre indicam o errado.

O mundo paralelo, sincero, oculto, exige muito mais do que a simples percepção. Quer que escutemos aquilo que não foi dito, mas pequenissimamente indicado.

O sinistro quer que acreditemos, valorize o apego as coisas, coisas tão coisas, que são fáceis imaginar porque existem, porque podemos tocar... deixamos que as coisas adquiram propriedades por nós,.Paralisam.. Ocorre a troca, nos confundimos com coisas.

Deixamos que as coisas nos comam. Somos fragilizados por estarmos confundidos.

Condicionados, seguimos...

O mundo esbraveja e bebemos cerveja.

Wednesday, January 03, 2007

Se a pena cair, vislumbre-a.
Uma pena que não faça valer a pena um sutil momento de leveza.
Acanhada, espreito tua ausência, já culpada da demência, talvez inocência...
Continuo a ver-te em mim... Tentativas de contato bastante sugestivas.
Tens de perceber em mim o que daí não podes ver. Percebo e sinto. Não minto. Acredito.
Engraçado como tudo é nada e nada é tudo. Pouco é lindo se verdadeiro.