Friday, December 29, 2006

Mudanças a caminho
Traços desconexos me indicam a Perfeição.
Permanecer na plenitude de um segundo, dois, três....
Em seguida retornar a realidade sobrenatural!
Acostumei em pegar-me de surpresa, mas a estranheza ainda é grande.


ANÁLISE

Tão abstrata é a idéia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.
Fernando Pesssoa

Thursday, December 07, 2006

Recorte

Silêncio... Esse colorido derretido me detém por um momento-flor,
em que todo o penoso ardor me enfrenta; transformo-o em sabor-amor.
Meus atos são a verdade
Minha verdade que mesmo sem ser ato sentido
está no mundo com um fim.
No momento anterior via as delimitações decorativas do chão.
Mais um dia. Mais coisas não muito significativas me ocorreram.
Vivo tão mansa...e...de repente...sou uma panela de pressão querendo explodir, mas me contenho, esfrio. Á procura de um melhor local pra explodir e sujar.
Espaço-imagem
Estética indiscutivelmente simples
Borrifar
Espatifar
Quebrar algo com algos dentro
Vomitar um dia, se o comeu depressa demais...
Se meu muito é pouco universal, meu pouco tem de ser muito significativamente e essencialmente expansivo.
Escrevo entre quatro paredes! Cade? Cadê a expansão...
Espero ansiosa pelo dia da estréia. Será que já simulei o bastante? já ensaiei...
Só enceno imperfeições, mas nos momentos cara a cara com o mundo, o outro, real...sai tudo insossamente perfeito.
módica retórica.

O constante preparo do café, que insistente, mesmo que sempre presente esse aroma ainda faz-se perceber quase irritantemente. Refletir sobre o fato de sempre ter tomado café, e sentir-se enojado e impossibilitado de limpar-se, limpar o ambiente amarelado.
Agora bochecho depois de tomar café! E percebo bem mais intensamente em mim as propriedades da cafeína, e consigo associar facilmente o costume do santo cafézinho a outras drogas.
Vovó adoçava mais e misturava num ritmo diferente de mamãe, mas o barulho é bom.
Escovo os dentes, continuo encardida...

Sunday, December 03, 2006

Calabouço dos inventos,
isso me lembra carne.
A arte vermelha da guerra humana. Viver à margem.
Ou equilibrando-se nas margens da vida do mundo.
Jogar na nossa cara, a triste realidade do moribundo.
A arte vermelha da guerra urbana.
Estampar no cotidiano o quê largamos em 2° plano.
Ops! Atirar por engano na cara da hipocrisia!
Será ironia? Destino trágico!
A guerra da arte no mundo paisano.
Luas e luas minguando, e voltando ao pleno vazio, e voltando, focando e cheias de luz ao esconderijo do poeta arredio.
A guerra de Marte que late à surda arte poética.