Sunday, August 27, 2006

Cri cri cri. Grilo?

Não. Eu sou cri cri?

Meu cricrilar não é original, genuíno. Não é mais puro. Não lembra o cheiro verde, fresco da noite.

Ainda não estou sintonizada, nem com o verde, com o cheiro ou com a noite. Sou sempre um de cada vez, ou então caio na mistura de todos.

E todos os todos me derrubam por sua grandeza.

Quando a condição é plena, eu sou vazia, ou talvez tão cheia que fico dormente.

Tum tum tum. Sons ecoam, e eu evito tanto ecoar também.

Não ecôo, eu escorro pelas possibilidades sorridentes. Mas sempre me desligo do sorriso, e escôo pelos buracos dos dentes.

O ânimo é meu estado mais curto e muito freqüente.

O hálito do ambiente não tem sido muito bom, então prendo a respiração.

Friday, August 18, 2006

Ou

A máscara mais uma vez acabou de cair
Fiquei nua
Grande susto. E ninguém percebeu.
Fiquei acanhada de agora
Demonstrei com tanto incômodo berrante,
Minha falta de "jeito" pras coisas.
Envergonhei-me da insignificância tão sentida, tão ironicamente jogada na minha cara.
Não perco essa mania de acreditar, fechar os olhos e abocanhar; com tamanha força, e, novamente quase já me racham os dentes. Sempre constato: é plena ilusão. Não acredito. Meu não acreditar me condena.
Meu achar, julgar, viver puramente... condenante. Já cheguei a achar que a solução, ou a receita impulsionadora fosse: não hesitar. Marchar firme sóbrio rumo ao futuro triunfante, racionalizar e prosseguir confiante. Balelas, balelas....
Se quereres pouco, pensares pouco, fizer menos e perceberes menos , terás uma satisfatória vida magra.


Mais balelas....O mundo está empanturrado!
Estou sem máscara no momento, mas penso em assumir um tipo vida glutão, vida arroto.
A certeza da morte é tão gritante, nem me incomoda tanto....
Descobri que existem infinitas em mim, devo respeitá-las. Sou autêntica, não preciso esperar a permissão do mundo pra isso, também não preciso tirar a licença V.I.V.A, já vivo, você sabe disso, e ele, e mais ele, ela. Não é preciso gritar, mas é possível. Sei do nojo que sentem, eu também sinto. Sinto que sou mentirosa, sinto demais, e também contraditória, sinto. Tenho sido falsa com o mundo, ou será ele o falso.
Não agüento mais filas
Espero você gritar
Vamos fazer uma roda
Olhos nos olhos,
e sempre bem perto do meu lar
Esperando de mãos dadas...
a morte
Porque a nossa vez está sendo, será.

Até suar, até cansar

Sempre vou te estimar

Vou tratar de modelar minha nova máscara, minha casca

Sem satisfação, sem exclamação. A singela importância concedida

Amando e detestando, na medida e além dela

Até que a última máscara caia brutalmente de minha face, ou

quem sabe ela fique, por amor ou por pena.